Queremos mesmo a copa do mundo no Brasil?

futebolEstava vendo o programa «Salvados«, da emissora espanhola de televisão «Sexta», e hoje o apresentador Jordi Évole entrevistou o jornalista do Estadão Jamil Chade sobre as artimanhas da FIFA e dos países que querem sediar a copa do mundo de futebol. Muitas coisas a gente até já sabia, outras a gente podia imaginar e algumas são tão absurdamente corruptas que fica até difícil de descrever.

A FIFA tem as suas próprias regras do jogo e não todas tem a ver com a qualidade do esporte e a honestidade. O mais provável é que honestidade seja uma palavra tão pouco usada e praticada pelos «donos» da elite do futebol que acabou sendo esquecida definitivamente pelos que não se cansam de contar os milhões de dólares acumulados por essa instituição. Se os banqueiros suíços falassem…

Chade soltou o verbo e plasmou nas suas palavras a indignação do povo brasileiro. Um povo que, segundo o jornalista, vai herdar da copa a consciência do que o governo anda fazendo com o dinheiro público. «Oito de cada nove dólares investidos nas obras para o mundial de futebol foram ou emprestados, ou doados, ou cedidos pelo governo», afirmou. Isso porque o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, lhe disse que o bom de sediar a copa é que não seria preciso gastar nenhum centavo dos cofres públicos com as obras.

Convém saber que a FIFA não vai pagar nenhum imposto. Nada de nada. Nem no Brasil, nem na Suíça. Essa é uma das regras desse jogo perverso, que aproveita a emoção dos torcedores para fazer que toda essa ilusão pareça real. Mas a única verdade em tudo isso é que a saúde e a educação continuam sendo peças pouco fundamentais nesse quebra-cabeça chamado Brasil.