Um sistema eleitoral sem lógica

Privilegio para os partidos grandes e consolidados. Assim funciona a lei eleitoral espanhola, de maneira que sempre governa a direita ou a esquerda, PP (Partido Popular) ou PSOE (Partido Socialista Obrero Español).

Não é que não existam outros partidos políticos, porque, na verdade, os espanhóis têm várias opções partidárias. O problema é que, se o eleitor não concede seu voto a um partido grande, o voto vale menos.

«Como assim?» Desde que cheguei à Espanha, repito esta pergunta e não consigo obter uma resposta plausível. Sim, conheço a lei eleitoral espanhola. Justamente por isso digo que não tem a menor lógica.

O novo presidente do governo, eleito ontem, 20 de novembro de 2011, é do Partido Popular. Mariano Rajoy conseguiu uma vitória histórica, com quase 11 milhões de votos válidos e 186 deputados (maioria absoluta). Até aí tudo bem. Se analisamos o número de votos obtidos por outros dois partidos menores e, conseqüentemente, o número de deputados, salta à vista a contradição:

* AMAIUR: quase 334 mil votos e sete deputados.

* UPyD: 1.140.242 votos e cinco deputados.

Está claro que o voto só tem valor quando se trata dos partidos dominantes e com maior apoio. Se não for assim, um voto não vale um voto. Vale bem menos. Como, dessa forma, sempre governam os mesmos, PP ou PSOE, qual dos dois se atreve a mudar a lei eleitoral? O jogo do poder, nesse caso, sempre acaba igual.

6 pensamientos en “Um sistema eleitoral sem lógica

  1. Te comento en español, porque desconozco el portugués, muy a mi pesar. Te preguntas cómo es posible que este sistema funcione así. Te respondo brevemente:
    Durante la transición española de la dictadura a la democracia, hubo fuertes presiones de las distintas comunidades autónomas (especialmente de las más represaliadas por Franco, Cataluña y País Vasco) para que se reconocieran sus derechos. De esta forma, el clásico conflicto político entre derecha e izquierda se trasladó también al conflicto entre centro y periferia.
    Para evitar males mayores y facilitar el paso al sistema democrático, se instauró este sistema, por el cual cada circunscripción electoral es una provincia. Se buscaba también lograr un gobierno estable, para evitar el caso del Parlamento italiano. Esto hace que los partidos nacionalistas estén sobrerepresentados en el Parlamento, mientras que partidos minoritarios o con votos muy repartidos en diferentes circunscripciones (como IU o UPyD) salgan perjudicados.
    ¿Es mejorable? Por supuesto. Probablemente, el sistema hoy carezca de sentido. Pero hace 35 años fue imprescindible para instaurar la democracia de la que hoy disfrutamos.
    Saludos.

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